A ação do Hamas foi uma ação terrorista e segue a lógica das ações terroristas que, não raro, visam equilibrar, no ponto, um jogo por definição desequilibrado, chamando a atenção para o fato de que essas ações de equilíbrio momentâneo, em tese, não podem ser evitadas pelos inimigos.
A razão instrumental do Hamas , assim, visa chamar a atenção de todos (sionistas e seus aliados no Oriente Médio, atuais e potenciais, e mundo afora) para algo que eles se esforçam em manter vivo: a segurança e o bem-estar da população israelense dependem da segurança e do bem-estar da população palestina.
Ao agir dessa forma, o Hamas quer mostrar que ao sionismo só restam duas possibilidades: ou reconhecer a tese acima ou exterminar o povo palestino, seja fisicamente, seja moralmente.
O terrorismo de estado levado a cabo por Israel é, de início, movido pelo objetivo de exterminar moralmente o povo palestino; em resposta às ações terroristas do Hamas, a extrema-direita israelense dá indicações de que pode avançar da segunda possibilidade para a primeira.
O povo palestino vive o inferno na Terra, sem que o seu sofrimento encontre o reconhecimento devido. Se eles fossem animais ameaçados de extinção, talvez encontrassem mais empatia…