Ele está lá,atento,
indiferente.
Ele, o relógio do tempo.
E segue o tempo o seu
caminho
- adiante, sempre adiante-
célere ginete engalanado
para as bodas, para o
enterro,
para a festa, para o horror.
Entra, encontra o espinho.
Passa, recolhe a flor.
E segue o tempo o seu
caminho
- adiante, sempre adiante –
sem nunca olhar para trás.
Que importam as pequenas
dores,
paixões ardentes, amores?
Os bastidores da vida…
tão monótonos, tão iguais.
E segue o tempo o seu
caminho
- adiante, sempre adiante-
tal e qual cavaleiro andante.
Do sofrimento que foi tanto,
ninguém nunca ouviu falar.
Foi embora, pra bem longe,
foi em busca de outro lar.
E segue o tempo o seu
caminho
- sempre jovem, sempre
esbelto –
num eterno recomeço
sem início, meio ou fim.
O tempo não tem medida.
No tabuleiro da Vida
o Tempo sempre vence.
Ele é um malandrim.
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