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Ka’a pûera

arlindenor pedro
Por arlindenor pedro 2 leitura mínima

Ka’a Pûera ou “capoeira”, antes de ser popularmente conhecida pelo esporte, era uma palavra empregada no tupi para se referir às zonas de mata que foram derrubadas – pela ação humana ou natural – e estão em processo de auto regeneração (ka’a “mata” e pûer “que foi”). Além dessa definição, vale citar o significado da palavra para os povos Tupinambá, definida como uma ave que vive camuflada em florestas densas.

A complexidade e o peso etimológico do vocábulo já anunciam a potência do pavilhão brasileiro, trazendo à tona as estratégias dos povos originários para se defender, se camuflar e, por fim, ressurgir. Algo que o próprio povo Tupinambá sofreu quando foi erroneamente declarado como extinto em 2001. Hoje em dia, no entanto, sua resistência foi provada, conquistando direitos civis e atingindo espaços internacionais de fala como a Bienal de Veneza.

Glicéria Tupinambá ocupa o Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza de 2024 com a mostra Ka’a Pûera: Nós Somos Pássaros que Andam, que aborda questões de marginalização, desterritorialização e violação dos direitos territoriais dos povos originários do Brasil. Dessa forma, Glicéria se torna a primeira artista indígena a fazer uma exposição solo no pavilhão do país, que será renomeado para Pavilhão Hãhãwpuá – nome utilizado pelos Pataxó para se referirem ao território que, antes da colonização, era conhecido como Brasil, mas que já teve muitos outros nomes.

onde a vida renasce

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Libertário - professor de história, filosofia e sociologia .
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