A tão esperada pesquisa pós-cadeiraço do Datafolha sobre intenção de voto para a Prefeitura de São Paulo mostrou que o episódio não produziu qualquer efeito significativo.
Para surpresa de muitos – y compris moi –, Datena e Marçal permaneceram com os mesmos percentuais apontados na pesquisa anterior.
Como explicar que evento aparentemente tão grave não tenha produzido qualquer efeito nas intenções de voto?
Num ambiente político tão degradado como o nosso, nada mais choca – seria isso?
Talvez… O que parece certo é que o estilo hiperagressivo adotado por Marçal já deu o que tinha que dar.
Deu certo para fazê-lo conhecido e, identificado com a extrema-direita, crescer vertiginosamente no início da campanha.
Mas, ao que tudo indica, Marçal bateu no teto e a insistência com o estilo “boçal” dá sinais de que começa a ser contraproducente.
No debate de hoje no SBT, Marçal, repaginando a sua imagem, disse que “A minha pior versão eu já mostrei nos debates. A partir de agora, você vai ver alguém com postura de governante.”
Essa repentina conversão ao “bom-mocismo”, me parece, não terá o poder de levá-lo ao segundo turno.
Mas ele deixou a sua marca, e passa a ser, se for do interesse dele, um dos quadros de ponta da extrema-direita brasileira, com condições de disputar a indicação para a presidência em 2026.
E tem mais: certamente ele sairá da campanha eleitoral em melhores condições do que entrou para aumentar a sua já grande fortuna.
Teria sido esse o único objetivo de Marçal desde o início, aumentar a sua fortuna? Ou a sua entrada na política é para valer?
Bolsonaro e seu entorno mais próximo têm muito interesse na resposta…
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