Fundado em novembro de 2011

Ontem, eu fui ao Maracanã-Virginia Loureiro

arlindenor pedro
Por arlindenor pedro 3 leitura mínima

Se tem uma coisa que une os brasileiros, hoje polarizados na política, são as torcidas. Ontem, fui ao Maracanã com meu fiel companheiro de torcida, um tricolor que sofre e se diverte como todo bom torcedor, Davi. Aliás, pra conquistar um torcedor é preciso cativar. Pra tristeza do pai flamenguista, Davi é um torcedor conquistado com emocionantes partidas no Maracanã e mimos comprados pra ajudar o time. As tais mercadorias que nos instigam ao consumo desnecessário mas, justificamos sempre: é por uma boa causa (?)

O jogo, uma partida estratégica pra acalmar o torcedor que vê seu time numa campanha ameaçada pelo rebaixamento – Fluminense X Atlético (aliás, Athletico!)Paranaense.

Um bom jogo. Fluminense com boa posse de bola, trabalhando bem as jogadas e sempre avançando no ataque. Já o Athletico, no desespero ainda maior que o do Flu.

Lá pelas tantas, ainda no primeiro tempo, um gol anulado. Impedimento confirmado pelo VAR. Por uma diferença de dois palmos, muito bem visualizado pelo frio e experiente bandeirinha. Mas, até que se confirmasse, a torcida delirou em festa, abraços e cumprimentos. É engraçado esse momento. De repente, uma pessoa que está ao seu lado, cujo nome, endereço, visão de mundo não tem a menor importância, se torna seu melhor amigo com direito àqueles cumprimentos de torcedor nesses momentos felizes do jogo.

E seguimos comentando o jogo até o final, com direito às análises que todo torcedor faz melhor que comentarista de canal esportivo. Aliás, diga-se de passagem, até o gol da vitória no segundo tempo consegui antever, prestando atenção ao jogador de camisa 6, Diogo Barbosa. Já tinha dito isso, antes que saísse o gol, ao meu novo melhor amigo ao meu lado: “Esse menino não erra um passe! Ele consegue jogar todas no pé do atacante”. Dito e feito! Quando vi ele dar um passe pro Kenu e em seguida correr pra receber a bola de volta e passar pra Cano na frente do gol, enxerguei o gol antes que ele acontecesse. Jogada ensaiada e bem executada. Até que não sou tão ruim em visualizar uma jogada. E nesse momento, meu amigo já era da família! O primeiro abraço foi pro meu fiel companheiro de torcida Davi e depois, novos cumprimentos ao amigo do lado que também estava acompanhando suas duas filhas.

A partida terminou. Saímos felizes e, principalmente, aliviados por uma colocação um pouco distante da famigerada zona do rebaixamento. Me despedi do amigo ao lado.
Seu nome? Seu endereço? Sua visão de mundo? Não sei. Mas, isso importa, num momento como esse?

Virgínia Loureiro é editora do blogue Utopias Pós Capitalista e Fluminense raiz

Loading

Compartilhe este artigo
Seguir:
Libertário - professor de história, filosofia e sociologia .
Deixe um comentário

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre Ensaios e Textos Libertários

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading

Ensaios e Textos Libertários