Porto Seguro
Tanto amor guardei bem guardado
na esperança de um dia entregar
a alguém que viria qual num sonho
navegando em noite de luar
Mas o tempo passou, foi passando
e nada desse amor chegar
até hoje estou esperando
sentado que é pra não me cansar
É por isso que em noites de lua
na janela eu me debruço
e olhando as pessoas na rua
mal consigo conter os soluços
É que eu vejo chegar madrugada
é que eu vejo o luar ir embora
mas não vejo na curva da estrada
esse amor que tanto demora
De que vale um barco sem vela
de que vale uma praia sem mar
de que vale uma vela sem vento
de que vale viver sem amar
É por isso que em noites de lua
contemplando o firmamento
procuro uma estrela perdida
consulto as marés e os ventos
Na esperança que um barco à deriva
à procura de um cais, salvação
encontre o porto seguro
que existe no meu coração
De que vale um barco sem vela
de que vale uma praia sem mar
de que vale uma vela sem vento
de que vale viver sem amar
Tanto amor guardei sem amar
tanto amor guardei sem amar…
Poema: Silvio Ribeiro de Castro
Música e interpretação: Delayne Brasil

Delayne Brasil
é natural de Seropédica, no Rio de Janeiro, cursou Letras na UFRJ.
Integra o Grupo Poesia Simplesmente com o qual publicou três livros (em 1999, 2001 e 2008) e organiza os eventos Terça converso no Café – onde já se apresentaram importantes nomes da literatura e da arte brasileiras. Participou de várias coletâneas e publicações literárias. Musicou poemas de diversos autores contemporâneos, lançando, em 2003, o CD Nota em Verso. Em 2013, publicou o primeiro solo de poesia, Em obras.
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