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Para Robert Kurz o valor não é uma substância natural ou uma simples relação quantitativa, mas uma “forma social abstrata e histórica”, específica do capitalismo. Sua formação está ligada à mediação fetichista do trabalho e ao processo de “abstração real”, que subjuga a vida social à lógica da acumulação.
1. O valor surge da relação social capitalista.
Não é produto do trabalho em si.Ao contrário da economia clássica (que vê o valor como “cristalização do trabalho”), Kurz enfatiza que o valor só existe no capitalismo,onde o trabalho se torna “trabalho abstrato”(tempo de trabalho socialmente necessário), mediado pelo mercado e pelo dinheiro.
Abstração real:O trabalho concreto (produção de objetos úteis) é reduzido a uma forma abstrata (medida pelo tempo), homogeneizando atividades diversas em nome da valorização do capital.
2. A mediação pelo dinheiro e pelo mercado
Valor só se realiza como dinheiro.O valor não é uma propriedade intrínseca das mercadorias, mas uma “relação social”, que só se concretiza quando a mercadoria é vendida por dinheiro.
-Fetichismo estrutural:O mercado e o dinheiro encobrem a origem social do valor, fazendo parecer que ele emana das próprias coisas (mercadorias), não das relações humanas.
3. A dinâmica da acumulação
Valorização como fim em si:O capitalismo transforma o valor em um “sujeito automático” ( automatisches Subjekt*), que busca se expandir infinitamente, independente das necessidades humanas ou ecológicas.
–Crise estrutural-A formação do valor depende da exploração do trabalho, mas, com a automação e a financeirização, o sistema entra em colapso, pois não consegue gerar valor real suficiente (excesso de capital fictício).
4. Crítica à naturalização do valor
Não é uma lei técnica- Kurz rejeita a ideia de que o valor é uma categoria neutra ou eterna. Ele é “historicamente específico”vinculado à dominação abstrata do capitalismo.
Marxismo tradicional-Para ele, até mesmo o marxismo falhou ao tratar o valor como uma “base material”, ignorando seu caráter fetichista e social.
Para Kurz, o valor “não se forma no ato produtivo”, como mera soma de horas de trabalho), mas na “mediação social totalitária do capitalismo”que reduz todas as relações a uma lógica quantitativa de acumulação. Sua formação está intrinsecamente ligada à alienação humana, à destruição ecológica e à crise sistêmica do sistema. A superação do capitalismo exigiria, portanto, a “abolição da forma valor” e a construção de relações sociais baseadas em necessidades concretas, fora da ditadura do trabalho abstrato e do dinheiro.
Acompanhe a leitura e debates sobre o livro “ Dinheiro sem Valor “- linhas gerais para uma transformação da crítica da economia política de Robert Kurz, feita pelo Grupo de Leituras e Debates-Anticapitalistas em https://utopiasposcapitalistas.com/participem-dos-nossos-cursos/
Leia o livro “Dinheiro sem Valor”, em PDF em https://utopiasposcapitalistas.com/teses-e-livros/
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