Fundado em novembro de 2011

PRE[G/D]ADOR-A linguagem como Arma: Crônica de um Mundo Predado-Alaor Junior

arlindenor pedro
Por arlindenor pedro 6 leitura mínima

Ouça aqui o áudio deste post 

Receba regularmente nossas publicações e assista nossos vídeos assinando com seu e-mail em utopiasposcapitalistas.Não esqueça de confirmar a assinatura na sua caixa de mensagens

Pensando em dados globais, a língua portuguesa é a quinta mais falada no planeta,estava lendo isso agora, fato que até me alegra, uma vez que, parcela significativa da população tem a capacidade de entender e disseminar este texto como pauta viável de resistência, frente às atrocidades que têm atravessado nosso cotidiano. Sim!

É uma língua fantástica, sensível, afetuosa, mas, também muito perigosa. Como assim?

Vejamos o exemplo do título,PRE[G/D]ADOR: a simples alteração de uma consoante, muda o entendimento do termo.Semântica é apaixonante. Mas, haveria uma semântica dos povos? Aquela suposta ferramenta onde fosse possível entender suas dinâmicas, desejos e comportamentos? Ou, tão somente as verdadeiras intenções?

Infelizmente vivemos tempos sombrios, medievais, e isso é quase literal, falta luz às consciências de muitos, principalmente poderosos e governantes, acorrentados às ideologias funestas que sobrevivem sob a ótica do Capital e do patriarcado. Toxidade! Pois é, mentalidades convenientes e oportunistas às classes mais abastadas que retroalimentam suas riquezas e poder através do achatamento das massas, exploração da mão de obra e usurpação do meio ambiente. PREDADORES sociais, bem isso, predam e disseminam dores, ao troco dos seus interesses particulares.

A onipotência da intitulada elite que pensa somente para o bem próprio e arrota soberba é uma das responsáveis pelos disparates que embasam o mundo caótico. A violência é banalizada, o desejo de domínio fermenta os extremismos (PREDAÇÃO): ideológico, social, econômico. Vale tudo na ótica da conquista, o narcisismo é álibi embusteiro para planos sórdidos que beiram verdadeiras ficções, patologicamente, os tais delírios. Senso de humanidade, caráter, justiça, empatia, preservação do meio ambiente, afeto, amor e um mar de elos saudáveis do que deveria se entender por civilização, são descartados, lixo emocional e imoral.

Prioriza-se o ter, afinal, o ser dá trabalho e pouca visibilidade, exige muito dos caráteres mais animalizados. Talvez, na concepção dos egos mais venais e perversos haja o entendimento de uma fragilização das suas condições, tomada como doída exposição da necrose por trás das máscaras. E aí vamos vivendo, fantoches no parquinho bélico dos poderosos, os enfezados, plenos de tudo que são. Será que conseguiriam jogar o jogo da verdade? Possibilidade remota aos engessados no avessado oportunismo: adoram a cachaça da conveniência, são penicos cheios, ratos de esgoto, fedem.

A subversão de valores sob o arroto do patriarcado e financiado pelo capital, enfurna as subjetividades nas próprias sombras, nos vazios, fantoches carentes, manipuláveis pela perversão dos que se entendem superiores. E aí vão inúmeras ferramentas: religiosismo barato, controle dos meios de produção, toxidade governamental e do Estado através de hipocrisia, subempregos, demagogia, habitação precária, insegurança, falta de saneamento, baixa renda, enfim, vulnerabilidade como preciosa ferramenta de controle. Talvez esteja aí a chave da dominação, pessoas mantidas no patamar da extrema dependência, da necessidade, e até do medo de questionar o algoz.

Falando em “religiosismo”, evoca-se a figura do PREGADOR, o que apregoa a dor em meio a todos os “ismos”. O que vende a inverdade em benefício próprio ou a serviço da enganação e manipulação. Toda essa [belico/perver]sidade, aponta para a doença de caráter instalada. Como? O fator depressivo que se apresenta a médio prazo é a perda da força identitária e capacidade de livre escolha sobre os próprios destinos. Nojenta a covardia praticada a serviço do armamentismo, da conquista agoniada, do enriquecimento ilícito, controle e poder tão perseguidos (PREDADOS), do egoísmo desenfreado, da má fé. Coquetel atômico da escória: falta de caráter e poder econômico.

Sim, vivemos sob a aura do desamparo, os ares cheiram à ganância, há unilateralidade de propostas e ações, politicagem de abusos, a coação é real, os discursos são lubrificados pelo embuste. A todo esse lixo humano falta arte, sensibilidade. Essa é a fundamental diferença, que desqualifica os PRE[D/G]ADORES tóxicos. Enfim, que a arte desponte como brilho possível, lenitivo necessário às pessoas, seja pela literatura, pela música, pintura, dança, escultura, enfim, qualquer manifestação de sensibilidade, promovendo, se não uma abertura de transformação salvadora, pelo menos uma brecha de reflexões, onde o “norte” não seja sinal de potência e marca geográfica de imperialismos trincados, [na minha opinião: lasque-se o colonizador, o aproveitador, o covarde sanguessuga (me permito essa violência palavrada)], mas, uma chance poderosa nas bússolas das ações.

Ainda que sem ideologias ingênuas, as posturas de resistência devem se firmar e fortalecer. O tempo urge. Que as parcelas sociais pensantes dilatem suas consciências e façam frente ao caos instalado. É necessário que mantenhamos viva a chama da esperança. Acredite, faça a diferença, não à guerra!

AlaorJr 240625

Loading

Compartilhe este artigo
Seguir:
Libertário - professor de história, filosofia e sociologia .
1 comentário
  • suas palavras são um reflexo poderoso da complexidade e da beleza da língua portuguesa. É verdade, nossa língua não é apenas um meio de comunicação, mas uma ferramenta de resistência contra as injustiças que permeiam nosso cotidiano. A forma como você aborda a semântica e a dualidade de significados é fascinante e reveladora.

    Vivemos de fato em tempos desafiadores, onde a luz da consciência parece muitas vezes ofuscada pela ganância e pelo poder desenfreado. Seu chamado à reflexão e à ação é crucial, especialmente em um mundo onde valores humanos essenciais são frequentemente sacrificados em prol de interesses mesquinhos.

    Que suas palavras inspirem não apenas a reflexão, mas também a ação concreta para mudança. A arte, como você tão bem disse, tem o poder de iluminar e transformar, oferecendo um refúgio de sensibilidade em um mundo frequentemente carente dela.

    Vamos continuar resistindo, fortalecendo nossas consciências e buscando um futuro onde a humanidade e a justiça prevaleçam sobre a escuridão do egoísmo e da exploração. Obrigado por compartilhar sua perspectiva tão eloquente e necessária.

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre Ensaios e Textos Libertários

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading

Ensaios e Textos Libertários