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Catastrófica humanidade – Madu

arlindenor pedro
Por arlindenor pedro 2 leitura mínima

A humanidade marcha

Marcha para onde marcha?

Para o que chama civilização?

Ela não sabe nada

Sobre a terra pandêmica

Por onde passa.

Fetichista, a mercadoria desloca

Reflete, projeta, espelha

Imagens de corpos, despeja

Dejetos sobras soçobras

Ambulantes, esvaziados, ocos

Submersa em pensamentos loucos

Quer pisar no acelerador, enlouquecida

À beira do abismo, enfurecida…

A humanidade se perdeu

Na glória narcísica 

De sua crença mítica

Perdeu a tão falada inteligência

Em sua majestosa diligência

Diante das coisas

Do mundo em mal agouro

Adiante de si e do outro

Sem olhar para o passado

Marcha a passos largos…

Destituída de sanidade

Destrói a si a humanidade

Atropela o tempo

Agita o espaço

Esquece de tempos abstratos

Da alma abstrata inata…

Ah, as metas!

Metamorfose, metafísica, metalinguagem

Abstração do ideal ao real

De irrealidade inabitada

Pela humanidade concordata

Destruindo sua condição, mata

Ad arbitrium

Joga-se à dominação

Domini benedictum

Ao capital pede benção

A fim de negar o ócio

sufoca a criatividade

Mas se faz negócio

Sem negação, com perdão e devoção.

A Humanidade pensa em revolução

Do mundo de mão em mão

Calejos em súplicas

Crônica e oração

A rebeldia do tempo

Busca a hora morta

Que salva a alteridade

Que se faz necessidade

No resgate agonizante

Est nunc anti

Da narcísica sociedade.

Imagem – O Grito – Edvard Munch

Maria do Carmo de Oliveira M. dos Santos (Madu) é Doutora em Literatura Brasileira, com o projeto de tese “Carlos e Mário: análise das correspondências sob a perspectiva do público e do privado”. Mestre em Literaturas de Língua Portuguesa (Literatura Comparada), pela PUC-Minas, com o trabalho intitulado, “Imagens Urbanas: uma leitura dos signos da cidade contemporânea no espaço narrativo de João Antônio e Luiz Ruffato”. Autora dos livros “Ávidos Ácaros” (poesia), “Ritinha passou por aqui” (memórias), “Sorriso Contido” (poesia). É também uma dos idealizadores da Roda Literária “Épikos: diálogos, vozes e saberes”.

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Libertário - professor de história, filosofia e sociologia .
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