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Xandão tem projeto político-Luiz Carlos de Oliveira e Silva

arlindenor pedro
Por arlindenor pedro 4 leitura mínima

No dia de ontem, 1º de julho de 2023, o TSE tornou Jair Bolsonaro inelegível por 8 anos.

O principal, digamos assim, sujeito político desse processo que resultou na inelegibilidade de Bolsonaro, não há como negar, foi Alexandre de Moraes.

Cabe a pergunta: Xandão tem projeto político, um projeto que não seria apenas dele, mas de parcelas significativas da plutocracia brasileira?

Acredito que sim, e vamos aos argumentos que sustentam essa opinião…

A extrema-direita é um problema por ter um projeto de poder de corte totalitário, e por ter força política.

Bolsonaro é um problema por ser a principal liderança, até aqui, da extrema-direita.

Por isso, tirar Bolsonaro do jogo eleitoral é algo que tem inegável peso, mas, aqui vem o meu ponto, é importante notar que o modo como Bolsonaro está sendo contido tem tudo para gestar um novo problema, e esse novo problema tem nome: Alexandre de Moraes!

Problema para quem? Resposta: para os interesses nacionais, populares de democráticos do povo brasileiro.

A biografia política de Alexandre de Morais aponta para um projeto de corte liberal na economia – em sintonia com os interesses do rentismo – e autoritário na política.

Autoritarismo é distinto de totalitarismo, e essa distinção é o que separa Moraes de Bolsonaro.

Contra Bolsonaro e contra o bolsonarismo, Alexandre de Moraes vem atuando na fronteira da legalidade, e, ao que tudo indica, com um projeto político que não é apenas pessoal.

Moraes é um típico representante daquela parcela da oligarquia paulista, em particular, e brasileira em geral, que não se deixou encantar, pelo menos por enquanto, pelo projeto político da extrema-direita.

A inelegibilidade de Bolsonaro de início enfraquece a extrema-direita, mas, ao que tudo indica, ela não desaparecerá da cena política brasileira.

Fato é, me parece, que a extrema-direita veio para ficar, isso porque ela está sintonizada com, digamos assim, aspectos importantes do chamado “espírito do tempo”, no Brasil e mundo afora.

A extrema-direita veio para ficar, pelo menos até onde a vista alcança, podemos dizer isso sem medo de errar…

Já há especulações acerca do nome que irá ocupar eleitoralmente o lugar deixado vazio pela inelegibilidade de Bolsonaro, como já há especulações desse tipo mobilizando o campo lulista.

Agora temos um novo nome no mercado eleitoral brasileiro: Alexandre de Moraes!

Afirmo isto pelo seguinte: em 2022, as elites não-bolsonaristas tiveram, ainda que a contragosto, que cerrar fileiras com Lula, pela ausência de um nome saído de suas fileiras com viabilidade eleitoral.

Em 2026, muito provavelmente, as elites não-bolsonaristas não vão precisar tapar o nariz na hora de votar, como fizeram na eleição presidencial do ano passado.

Com a exclusão de Jair Bolsonaro do jogo eleitoral, as eleições de 2026 tem tudo para não ficarem atravessadas pela polarização Lula-Bolsonaro.

A “terceira via”, sonho acalantado por muitos, agora pode, finalmente, decolar com um nome de peso…

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Libertário - professor de história, filosofia e sociologia .
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