Diante das três opções mais importantes existentes no cardápio atual de opções da política argentina, a abstenção na eleição de ontem foi alta.
Essa alta abstenção talvez apresente o aspecto mais relevante do quadro político atual, e não só argentino.
Isso, me parece, aponta para algumas realidades do quadro político atual (não só da Argentina) que têm que se considerar seriamente.
Qualquer que seja o resultado na Argentina, quem ganhar, ganha, mas não leva. Isto é, a crise continua, com tendência a se aprofundar, porque há uma profunda crise de hegemonia, e nenhuma das forças atuais têm capacidade de resolvê-la.
Isso vale, repito, para a Argentina e, mutatis mutandis, para toda a América do Sul, y compris o Brasil, com a possível exceção da Venezuela que enfrenta problemas de outra ordem.
Apenas um programa nacional, popular e democrático, em bases inéditas, pós-peronistas, e necessariamente em articulação com as forças vivas da Pacha Mama pode superar a atual crise de hegemonia.
Sem uma resolução nacional, popular e democrática da crise de hegemonia, essa tende a se estender indefinidamente, com forças como o peronismo e neoliberais fascistóides ou não se alterando no governo.
Urge a articulação política de uma programa integrado entre as forças vivas da Pacha Mama, de corte nacional, popular e democrático para a enfrentamento da crise de hegemonia.
Sem isso, a crise de hegemonia se perpetuará, colocando em risco o futuro de nossa gente na “nuestra América”…