para as sábias mulheres, que dão a volta por cima
Pai, você foi inconsequente
ao me dar o primeiro livro.
Não entendeu: era sem volta!
Embrião da curiosidade,
obstinação, revolta,
alimento de quem é livre.
Saí do ventre da montanha, da escuridão eterna
onde nada se vê.
Fugi da tranquilidade
tão bem planejada por você.
Fui para o topo,
Eu e a minha lanterna:
conhecimento, curiosidade, saber.
Então, olhei o infinito e gritei aos quatro ventos, pra quem quisesse escutar:
” quero tudo isso pra mim!
Verne, Dumas, Tarzan, Vinte mil léguas submarinas, Balzac, Eça, Maupassant, Capitu, Karenina, Amado, Veríssimo , Drummond…
Quero o saber completo,
sem ninguém pra censurar “.
Quando você, pai, se deu conta não dava mais tempo.
Sem nenhuma afronta, eu já havia lido muito.
Conectado fios e correntes.
Carga máxima!
Provocado o curto- circuito.
Aprender e apreender.
E o culpado foi você.
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