Dessa vez, Trump não fez questão de bater tão de frente contra o “sistema” como fez na cerimônia de posse para o seu primeiro mandato como presidente dos EUA, há oito anos.
Naquela ocasião, Trump caracterizou o “sistema” com a fórmula “Washington contra a América” – onde “Washington” representaria o sistema político corrupto, o “deep state”; e “América”, o povo abandonado dos EUA, sobretudo os trabalhadores industriais que perderam os seus empregos.
Disse diversas vezes que, durante o seu governo, iria inverter a fórmula porque colocar a “América contra Washington” seria a condição para a reindustrialização da economia estadunidense e para os EUA voltarem a ocupar no mundo o lugar que estavam perdendo.
Desta vez, o discurso não foi tão incisivo contra o “sistema”, mas um “detalhe” destacou-se dos demais: a presença, lado a lado, dos donos das principais “big tech”.
A cerimônia de posse deste segundo mandato, pelo ostensivo respeito à liturgia e ao caráter multiétnico do povo estadunidense, parecia ser uma vitória do “sistema” contra a “desconstrução trumpista”. (Afinal, a posse se deu no interior do edifício que, quatro anos atrás, foi alvo da fúria de hordas trumpistas, com o aval do líder.)
Mas a presença igualmente ostensiva dos oligarcas das “big tech” parece indicar que a extrema-direita já não precisa tanto da retórica antissistema como antes, já que, agora, pode miná-lo de dentro…
A conferir…
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o Trump é só uma perna da guerra híbrida, se não aceitarmos isso fica difícil entender o que passa no mundo, só um fantoche criado por esse mesmo sistema para alimentar a falsa divisão social, a potencialização de falsos conflitos para esconder o fundamental: o colapso do capitalismo fordista e ascensão do capitalismo de cassino sem trabalho