A narrativa pró-Israel diz que Israel está “reagindo” às ações terroristas do Hamas…
Com isso, “naturalizam” a violência terrorista contra o povo palestino em Gaza,
Se aceitarmos a tese da “reação”, o que fez Hamas senão reagir à ocupação israelense do território palestino?
De reação em reação, se formos retrocedendo a análise, caso haja honestidade intelectual, chegaremos ao busílis: a violenta “partilha” da Palestina por obra de um poder – ONU – que não tinha legitimidade para tomar a decisão que tomou, sem levar em consideração a opinião dos afetados.
A violenta “partilha” da Palestina – mãe de todas as violências que se seguiram – criou uma legião de apátridas em seu próprio território que, sem meios institucionais efetivos por onde encaminhar os seus interesses, vêm “reagindo” como costumam reagir os sem voz e sem poder, diante de um poder brutal.
Essas “reações” dos sem voz e sem poder são retaliadas por meio de “reações” de um Estado que não tem qualquer escrúpulo em pôr em ação uma infernal máquina de guerra contra civis.
Aceitando a tese da “reação”, uma pergunta se impõe: as “reações” dos oprimidos são moralmente equivalentes às “reações” dos opressores?